‘Vespas assassinas’ não representam perigo tão grande a humanos, dizem especialistas nos EUA
‘Vespas assassinas’ não representam perigo tão grande a humanos, dizem especialistas nos EUA

Após a comoção causada, principalmente em redes sociais, pela divulgação de que Vespas Gigantes Asiáticas, apelidadas de “vespas assassinas”, foram encontradas pela primeira vez nos Estados Unidos, entomologistas ressaltam que elas podem ser perigosas para seres humanos, mas não costumam atacar se não forem incomodadas.

A maior ameaça do inseto – que chega a medir 5 centímetros – é para as comunidades de abelhas, que não tem mecanismos de defesas contra elas e são seu alvo principal. Segundo Sven-Erik Spichiger, entomologista do Departamento Estadual de Agricultura de Washington, apenas algumas Vespas Gigantes Asiátias podem exterminar uma colmeia saudável inteira em poucas horas.

Mas Chris Looney, outro entomologista do mesmo departamento de Agricultura de Washington, e que atua na busca pelas vespas, disse nesta quinta-feira (7) à Associated Press que as pessoas nos EUA devem evitar o pânico. “O número de pessoas que são picadas e precisam buscar atendimento médico é incrivelmente pequeno”. De acordo com ele, esses insetos não estão atrás das pessoas.

Looney diz ainda que as Vespas Gigantes Asiáticas sequer são “assassinas”.

Também segundo a AP, especialistas dizem que apenas duas vespas do tipo, já mortas, foram encontradas em Washington em dezembro de 2019, e apenas um ninho vivo foi encontrado e exterminado em setembro, no Canadá. Este ano, nenhum inseto da espécie foi localizado ainda.
Looney, porém, aparece em fotos com insetos capturados em uma armadilha perto de Blaine, em Washington, em 23 de abril.

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Outros entomologistas ouvido pela agência de notícias se mostraram indignados pelo apelido.

Doug Tallamy, da Universidade de Delaware, reclamou: “Isso é 99% promoção da mídia e estou francamente ficando cansado disso. Vespa assassina? Por favor”.

Por e-mail, o especialista em abelhas Jerry Bromenshenk, aposentado pela Universidade de Montana, foi mais comedido, mas também reclamou. “Um ninho, uma vespa, esperamos, não causa uma invasão… queremos essa vespa? – com certeza não. Mas a promoção da mídia é extremamente exagerada”.