Máscaras, capacetes e "sacos": entenda as técnicas de respiração não invasiva para pacientes com Covid-19
Máscaras, capacetes e "sacos": entenda as técnicas de respiração não invasiva para pacientes com Covid-19

Além dos respiradores mecânicos, existem outras ferramentas, não invasivas, que podem ajudar os pacientes com Covid-19 a respirar melhor: máscaras, "sacos" e até capacetes conseguem concentrar a quantidade de oxigênio que a pessoa recebe, melhorando a respiração.

Nenhum deles substitui os ventiladores, explicam especialistas ouvidos pelo G1, mas podem ser alternativas para casos menos graves da doença ou, ainda, para ganhar tempo até o paciente ser intubado – no caso da falta de respiradores, por exemplo.

A reportagem conversou com especialistas para entender como os aparelhos funcionam. A principal semelhança entre eles é que são métodos não invasivos de respiração mecânica, ou seja: o paciente não é intubado e fica acordado. A pessoa continua fazendo o esforço de respirar, mas tem a ajuda da ferramenta.

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Os três funcionam como interfaces diferentes para uma função semelhante, explicam os especialistas, como se fossem modelos diferentes de um monitor de computador, e há divergências entre estudos que apontam vantagens de um sobre o outro.

Veja detalhes:

Máscaras
As máscaras podem cobrir porções diferentes do rosto, de acordo com o modelo. Algumas englobam somente o nariz e a boca, e outras parecem as usadas por mergulhadores. Elas têm tubos – de entrada e saída –, que fornecem oxigênio e retiram o gás carbônico exalado pelo paciente de dentro da máscara, para que ele não sufoque.

Capacetes

Os capacetes, diferente das máscaras, funcionam como "bolhas" ao redor da cabeça da pessoa. Quem defende a ferramenta afirma que ela pode diminuir a disseminação de aerossóis – as gotículas de saliva expelidas pelo paciente – e, assim, diminuir a chance de contaminação da equipe pela Covid-19. Mas há divergências.


Segundo André Nathan, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, alguns hospitais ao redor do mundo têm proibido as técnicas de auxílio à respiração de forma não invasiva (sem intubação) por causa dos riscos que os aerossóis apresentam às equipes.

"Sacos"
Os "sacos" funcionam de forma semelhante aos capacetes e às máscaras.

"É um saco plástico, hermeticamente fechado. Nada mais é que uma interface diferente da máscara", explica André Nathan. Ele ressalta, entretanto, que o plástico é feito de materiais testados e segue padrões de qualidade.

Assim como os capacetes e as máscaras, os "sacos" (conhecidos como "tendas") funcionariam "para pacientes que tolerarem ficarem em respiração espontânea", explica Jaques Sztajnbok, do Emílio Ribas. Serviria para fornecer mais oxigênio e minimizar a contaminação ambiental. Essa é a teoria – mas teria que medir a contaminação ambiental", pondera.