Dez servidores da Receita Federal na Paraíba entregam seus cargos em protesto ao orçamento de 2022
Dez servidores da Receita Federal na Paraíba entregam seus cargos em protesto ao orçamento de 2022

Dez auditores-fiscais da Receita Federal na Paraíba que ocupavam cargos de confiança no estado entregaram seus cargos entre esta quarta-feira (22) e quinta-feira (23). A informação foi confirmada por Glauco José Eggers, presidente da Seção Sindical na Paraíba do Sindifisco Nacional.

De acordo com ele, os cargos que ficaram vagos são de áreas como fiscalização e análise de crédito tributário, dentro de uma onda de protestos realizados na Receita Federal em todo o país. Na Quarta Região Fiscal, que é composta também por Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, foram 107 cargos.

"Na Paraíba, são poucos os cargos de confiança. Mas confirmo 10 cargos entregues", explicou Glauco.

As demissões começaram nesta quarta-feira (22), poucas horas depois da aprovação por parte do Congresso Nacional do Orçamento da União para 2022. A previsão de gastos públicos para o ano que vem incluiu um aumento de salários para policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais penais federais e destinou quase R$ 5 bilhões para os partidos políticos pagarem campanhas eleitorais. Em contrapartida, os servidores da Receita Federal reclamam do fato de a instituição ter sofrido uma redução de 51% em seu orçamento.

Procurada pelo g1, a Receita Federal na Paraíba confirmou que está havendo um movimento de entrega de cargos de chefia por parte dos servidores em função dos cortes orçamentários. Mas destacou que a entrega de cargos é apenas a manifestação de intenção do servidor de deixar o cargo, de forma que essas só serão confirmadas após a exoneração ser publicada no Diário Oficial da União. Assim, a Receita alega que continua funcionando normalmente e que eventuais impactos só serão sentidos após isso acontecer.

Em todo o país, foram centenas de servidores que entregaram seus cargos em protesto ao Orçamento de 2022, aprovado a partir de pressão do presidente Jair Bolsonaro. A leitura é a de que o presidente está beneficiando carreiras que o apoiam em sua gestão e em sua intenção de concorrer à reeleição no ano que vem.