SOLEDADE (PB) – O prefeito, Geraldo Moura Ramos (Progressistas), foi denunciado nesta segunda-feira (29) pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
De acordo com as investigações realizadas pela Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e Improbidade Administrativa (Ccrimp), com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o gestor agiu de forma reiterada, exigindo para si, diretamente, no exercício da função, o pagamento de propina.
O processo 0000189.86.2020.815.0000 tem como relator o desembargador, João Benedito da Silva.
O fato ocorreu em 2018 e 2019, mas chegou ao conhecimento do MPPB em maio de 2019, através de uma representação feita por um empresário que havia celebrado contrato com o município para prestação de serviços de manutenção corretiva e preventiva de equipamentos médicos e odontológicos e de quem estavam sendo cobradas as propinas.
Pelo contrato, a Prefeitura deveria remunerar, mensalmente, a empresa contratada, mas os pagamentos não estavam sendo realizados em dia.
Conforme empenhos extraídos do Sistema Sagres do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), o município chegou a atrasar pagamentos por até três meses.
A investigação constatou que o adimplemento dos valores contratualmente acertados passou a ser condicionado pelo gestor ao recebimento mensal de propina no valor de R$ 3 mil.
O pagamento da vantagem ilícita era feito da seguinte forma: mensalmente, o município de Soledade, pagava à empresa pela prestação do serviço contratado; em seguida, a empresa transferia parte desse valor à conta pessoal do empresário e este, por sua vez, sacava os R$ 3 mil e entregava, em espécie, a Geraldo.
Dos pedidos
O prefeito foi denunciado pela prática reiterada do crime previsto no artigo 316 do Código Penal, que consiste em exigir vantagem indevida, com pena de reclusão de dois a oito anos e multa.
O MPPB requereu ao TJPB a condenação do acusado à perda do cargo, função pública ou mandato eletivo e ao ressarcimento ao erário no valor de R$ 21 mil, corrigidos monetariamente